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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

ODA SOARES CHAVES







Perfil de Oda Soares Chaves (in memoriam)...a  mulher, a artista e  a voz de ouro.

Oda Soares Chaves, ou Naná Chaves como era mais conhecida, nasceu em Bambuí em 14 de setembro de 1921 e faleceu  aos 90 anos de idade em 20 novembro de 2011.
Era filha de Júlia de Oliveira Chaves e Galdino José Chaves.
Teve vários irmãos. Cito, pelos apelidos, como eram mais conhecidos na cidade, os que chegamos a conhecer: tios Zezé (casado com tia Lourdes), Omar (tia Jamile) , Jeová (tia Noêmia) e Jandir (tia Neuza) e tias Diloca (casada com tio Arthur), Yayá (tio Alcindo) e Elza (tio Totonho). Todos os irmaõs são falecidos. Ela foi a última da família a falecer.

Casou-se em maio de 1945 com Oity Soares Chaves, seu primo em  3° grau,  que era advogado e filho de José Augusto Chaves (comerciante e prefeito da cidade) e Maria Chaves. Irmãos de Oity e cunhados de Dona Naná  são os tios Olga, Otto, Ruy e também a Maria Helena.

Naná e Oity tiveram 3 filhos: Cláudio Amilcar, Marilena e Rosilena; 3 netos (filhos do Cláudio e Denise) que são o Fábio, o Claudinho e a Carolina; e 3 bisnetas: a Mariana e a Giovana (filhas do Fábio) e a Bruna (filha do Claudinho). Criou também a Lina (que se casou e mora em SP) e o José Luis (que mora conosco).

Por ter tido muitos irmãos, tem sobrinhos de perder a conta, por todos os cantos no País. Vários deles, incluindo os que eram sobrinhos diretos de meu pai,  mantiveram contato direto com a “Tia Naná “por toda a vida. Ela gostava deles com filhos, nunca se esquecia dos seus  aniversários e sempre acabava por adotar os maridos e esposas deles como seus próprios sobrinhos.

Naná e Oity tiveram uma vida  social muito intensa  em Bambuí. Eles  iam ao cinema quase todos os dias (ainda não tinha TV na cidade!),e também a bailes, onde dançavam sempre e chegaram a ganhar como foliões em carnavais.

Quando se mudaram para Belo Horizonte em 1968, mantiveram, durante muito tempo, o hábito de irem ao cinema pelo menos aos sábados.

Naná Chaves tinha algumas paixões:

… Tinha uma voz maravilhosa, a mais bonita da cidade e é lembrada até hoje por  muita gente em Bambuí. Cantava em casamentos, nas missas das 9 horas.Muitas pessoas diziam que iam à missa só para ouvi-la cantar), e nas procissões da semana santa  também...
Por isso mesmo ela gostava também de ensaiar a criançada para as coroações de maio (eram maravilhosas ...) e os meninos para as palmiações em junho. Já em Belo Horizonte também organizou coroações das sobrinhas-netas na igreja aqui da Serra.

… Era uma artista fantástica do bordado à máquina: ponto cheio, rechilieux, matiz, aplicações ... Tudo uma beleza. Fez vestidos de noiva, enxovais para noivas e bebês e mais um monte de coisas. Em 2011 participou da exposição de artesãos, em Belo Horizonte  com seus lindos trabalhos.

… Adorava fazer tortas e outros doces. Cada uma melhor que a outra. Já bem idosa, ensinou à suas cuidadoras e auxiliares da casa algumas de  suas melhores receitas;  e ficava supervisionando, auxiliando no feitio das tortas, rabanadas de natal e outros doces.

… Adorava uma festa de aniversário. O seu, os nossos, dos parentes e de quem ia conhecendo ao longo da vida. Não perdia um! Nem quando já estava bem idosa. Se tivesse 2 ou 3 festas no mesmo dia, queria ir a todas elas. Não esquecia de nenhuma data. Logo cedo ligava para cumprimentar o aniversariante do dia, na expectativa de que tivesse uma festa, nem que fosse uma comemoração no bar. Ficava até meio decepcionada se não tivesse. As suas festas de aniversário eram famosas, geralmente umas 100 pessoas. No dia seguinte curtia muito os presentes. E ligava pra quem não tinha vindo na festa ou telefonado, para saber se tinham  esquecido ...

… Adorava também ceia de natal. Aliás, tinhamos duas ceias de natal por ano: uma no início de dezembro com os sobrinhos e outra na noite de 24  /25aqui em casa. Não passou nenhum ano sem uma bela ceia com seus filhos e netos, com presentes para todo mundo

Enfim, tinha um bom humor e uma alegria de viver invejáveis.
Nada abalou o alto astral de Dona Naná, nem  a doença Mal de Parkinson, vivida por mais de 20 anos e que lhe tirou a voz maravilhosa, a capcidade de bordar e de fazer seus doces e até de andar sozinha. Não se abatia por quase nada. Se não podia andar ia de cadeira de rodas, ora! ... Tomava seus  12 medicamentos por dia sem reclamar... Ela própria lembrava da hora de tomá-los.

Não era presa ao passado; ao contrário experimentava as coisas modernas, sem medo, e gostava; inclusive do Facebook.
Não ficava conversando apenas sobre os antepassados ou sobre doenças ou remédios.
Dona Naná era antenada no que estava acontecendo em sua volta e no mundo, assistia aos noticiários, curtia as novellas, adorava a Malhação! Ela tinha um interesse grande pelos mais jovens,  e eles gostavam muito dela também.
Texto de Marilena Chaves e Rosilena Chaves, filhas de Dona Naná.
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